PARTICIPAÇOM NA REVISTA “A MALHA”

Junho 2, 2020 | Em destaque

O Centro Social Mádia Leva vem de publicar o primeiro número da sua revista semestral “A Malha”.  Nela, um dos nossos companheiros do grupo de Lugo contribuiu com um artigo de opiniom a respeito do movimento juvenil independentista na cidade das muralhas, o qual reproduzimos a seguir, nom sem antes parabenizar ao Mádia pola iniciativa e aguardando que podamos ler e participar em muitos mais números.

 

MOVIMENTO JUVENIL INDEPENDENTISTA EM LUGO

Mais ou menos é conhecida, quanto menos nos círculos mais próximos, a atual situaçom de fraqueza do independetismo. Poderíamos dizer que algumhas diferenças ideológicas, de táticas e estratégias, a atomizaçom que isto provoca, o pesso do passado e a incapacidade geral de artelhar um referente orgánico que aglutine quanto menos a maior parte da força militante arredor dum projeto atraente em chave independentista, socialista e feminista som algumhas das causas dessa debilidade. Porém, no plano juvenil nom som tam conhecidos, quiçais, os efeitos que isto provoca, as dinâmicas seguidas e as mudanças de modelo organizativo que se vivérom no seio do independentismo juvenil.

Do mesmo modo que no resto do país, nom foi até a criaçom da Assembleia da Mocidade Independentista (A.M.I) que umha organizaçom independentista juvenil tinha presença em Lugo. O certo é que a atividade juvenil da AMI foi notória na cidade e ainda se podem ver “vestígios” daquela época, nomeadamente com as pintadas e algum colante que seguem visíveis por Lugo e que som o legado físico dumha época de luitas e reivindicaçons, às quais lhes devemos espaços que continuam vivos, como o CS Mádia Leva. Época que, de certeza, nom estivo exenta de repressom para a juventude independentista (Operaçom Cacharrom e Operaçom Castinheiras).

Mas nom vamos falar do que se fixo outrora, senom da situaçom atual. A dia de hoje, fora do guarda-chuva do BNG, existe na cidade umha organizaçom juvenil (BRIGA) e umha assembleia local integrada dentro da rede de assembleias que conformam a Mocidade Pola Independência (MPI). A propósito, cumpre comentar que esta rede criada recentemente, pretende ser um espaço unitário onde militância de diferentes organizaçons ou bem pessoas nom organizadas poidam fazer trabalho desde posiçons feministas e anticapitalistas pola libertaçom nacional e social da Galiza.

É em torno a estas duas siglas (BRIGA e MPI) que gira a atual atividade do independentismo juvenil em Lugo. Como dizíamos, estas organizaçons som as que estám a realizar o grosso do trabalho independentista desde umha óptica juvenil, principalmente com a realizaçom de palestras onde aprendermos juntas, com açons de denúncia ao espólio energético do nosso País, com saídas agitativas em forma de colantes, cartazes, pintadas ou murais com que se denunciam as problemáticas que afetam à juventude trabalhadora galeg,a como por exemplo a emigraçom, a drogadiçom, a ludopatia, a precariedade laboral, o repunte do fascismo quando é de utilidade para a burguesia, o desemprego juvenil… ligando estas questons sociais à situaçom de dependência que sofre umha Galiza afundida polas políticas económicas que se nos imponhem mediante a pertença política a umha Espanha e a umha Uniom Europea ao serviço do capital.

 

 

Esta situaçom, como sabemos, afeta também no plano nacional, onde vemos como se nos substitui a nossa língua, degradando-a, espanholizando-a ou desprestigiando-a num processo de asimiliaçom que tenta evitar a tomada de consciência dum povo e dumha juventude com um potencial revolucionário que poderia, quanto menos, incomodar os poderes que mantenhem pola força o atual marco em que está inserido o nosso País, dependente dum projeto dominado polos interesses da classe antagónica à nossa e cujas consequências, portanto, recaem sobre todo o Povo Trabalhador Galego provocando frustraçom e falta de expetativas na juventude perante a incerteza do futuro que nos aguarda. Organizar essa raiva é umha das tarefas pendentes para o independentismo juvenil.

Umha das vitórias da atual fase do capitalismo em que nos achamos é precisamente fazer crer que nada pode mudar. Isto é inda mais lucrativo para eles quando essa mensagem fica totalmente espalhada e interiorizada entre umha mui ampla parte da juventude popular. Umha juventude que perante a falta de expetativas cai, umha e outra vez, nas trampas que permitem que essa situaçom continue. Isto é, umha juventude totalmente desmobilizada cuja via de escape som habitualmente o consumo de drogas, ou mesmo o tráfico delas como saída económica “singela”, a adiçom ao jogo, visto como umha ilusom que fai achar um “oásis no meio do deserto” onde ganhar dinheiro “fácil e rápido” e no consumo de modelos de ócio baseados em conteúdos musicais acríticos e repetitivos acompanhados do consumo de álcol e focados única e exclusivamente à “evasom” mental dumha realidade que nos afoga, dificultando assim rachar com ela, vendo-a como algo imutável onde nom há mais saída que a resignaçom e a sobrevivência nessa selva esmagando às nossas iguais.

Aliás, desde o independentismo juvenil em  Lugo, aposta-se claramente, colaborando junto com outros agentes do tecido associativo local, na celebraçom de espaços alternativos como som o Sam Froilám Associativo ou o Magusto popular, que com todas as limitaçons e as necessidades de melhora constituem um espaço que racha com as dinâmicas habituais e permite quanto menos a possibilidade de conhecer os coletivos que trabalham na cidade e ir construindo um lazer alternativo recuperando o caráter popular das citadas celebraçons.

 

Porém, som inegáveis as fortes eivas que existem: a falta de consolidaçom dum projeto político autónomo baseado na luita pola emancipaçom nacional, social e de género que poda abranger toda esta atvidade juvenil e que esta vaia em coerência com este movimento; mas também a limitaçom de recursos humanos que enfrentamos atualmente som elementos chave que dificultam o avanço de atividade própria e mais constante nesta cidade. Se bem é certo que isto nunca foi nem deve ser umha excusa, é óbvio que condiciona, mas nom pode ser o que nos freie. Isto nom quer dizer que a juventude deva ser umha correia de transmissom das políticas dum partido ou coletivo, muito ao contrário; mas é preciso para poder dotar de continuidade e estrutura face a uns objetivos claros, umha luita juvenil enfocada a dar a batalha contra toda a miséria a que as jovens estamos condenadas.

Formarmo-nos, conhecer e atuar na nossa realidade próxima, somar mais jovens, conseguirmos realizar atividades e açons atraentes que logrem chamar a organizar toda a frustraçom que o contexto que vivemos nos produz, racharmos com a cada vez maior individualizaçom das nossas vidas para construirmos coletivamente um futuro digno onde poidamos viver num país soberano, solidário, sem classes e sem exploraçom: numha Galiza livre, vermelha e lilás.

Em Lugo existe umha juventude que participa dos centros de contra-poder que quem nos precedeu deixou em funcionamento em todo o País (o Mádia é representativo disto a nível local) Umha juventude capaz de se adaptar às condiçons que temos para avançarmos, que pouco a pouco está mais organizada, com capacidade de mudar essas condiçons, com potencialidade para pelejar por mudar o estado atual das cousas. Umha juventude com vontade que fai trabalho de formiguinhas para abrolhar rebelde e combativa nesta cidade (e neste País), pronta para fazer frente a Espanha, ao Capital e ao Patriarcado.

O FUTURO É NOSSO!

446634542_369321

Pode-se ler a revista completa na seguinte ligaçom: