Manifesto da Décima Jornada de Rebeliom Juvenil

Julho 15, 2014 | Campanhas, Em destaque

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X ANOS DE REBELIOM JUVENIL

BRIGA, a organizaçom juvenil da esquerda independentista, acolhe este 24 de julho, véspera do Dia da Pátria, com especial entusiasmo e orgulho, por alcançarmos já a décima ediçom da Jornada de Rebeliom Juvenil, o evento anual central da nossa organizaçom desde a sua constituiçom há quase já 10 anos.

Durante as sucessivas ediçons desta Jornada, BRIGA tem trabalhado arreio para contribuir a consolidar o 24 de julho como a data de e para a juventude rebelde do nosso país, umha data em que, à margem de iniciativas patrióticas adultas, as e os mais jovens tivéssemos o nosso próprio espaço de rebeldia, de reivindicaçom, e também de troula e diversom.

E hoje, no décimo ano consecutivo em que organizamos este evento, parabenizamo-nos nom só por ver que o 24 de julho avança na sua consagraçom como data referencial da juventude que rechaça Espanha, o Patriarcado e o Capital, mas também porque desde o passado ano, as organizaçons juvenis da esquerda independentista e nacionalista galega conseguimos que toda essa juventude marchasse numha única manifestaçom nacional e por trás dumha faixa com umha unánime mensagem.

Umha mensagem que este ano nom pode ser mais clara. Umha mensagem em positivo para a juventude galega, e de advertência para o nosso inimigo: as e os jovens mantemos viva a Galiza luitando desde parámetros indiscutivelmente feministas e anti-capitalistas pola independência do nosso país.

Em BRIGA temos claro que se a Galiza segue sendo Galiza é pola vontade que pomos os projetos de emancipaçom nacional, e que de desaparecermos as e os jovens que acreditamos numha Galiza independente, socialista e nom patriarcal, o futuro da nossa naçom, das mulheres e da nossa classe nom será outro que o dumha província mais de Espanha, onde o sistema patriarco-burguês aprofundaria sem qualquer oposiçom popular na nossa exploraçom, alienaçom e submetimento.

Nom há mais que olhar a evoluçom dos ataques do nosso inimigo nos últimos anos. Imposiçom artificialmente normalizada dumha língua alheia ao nosso povo, destruiçom sistemática do nosso território e recursos naturais, desmantelamento planificado dos nossos setores produtivos, empobrecimento e conseqüente desapariçom progressiva da populaçom do meio rural, assimilaçom cultural, ocultamento e manipulaçom da nossa história própria pola historiografia espanhola e um longo et cetera.

Estes nom som ataques casuais, perseguem a nossa desapariçom como realidade nacional diferenciada, como naçom com recursos e riqueza própria e com indiscutível capacidade para exercermos o nosso direito de auto-determinaçom, a nossa independência nacional.

Espanha é um projeto imperialista ao serviço desta ditadura do Patriarcado e o Capital. É um projeto nacional criado e mantido para servir aos interesses da burguesia patriarcal, para perpetuar um marco de acumulaçom de Capital o mais amplo e seguro possível que garanta a fácil exploraçom da maioria social. Espanha é inimiga da Galiza, das mulheres e da classe trabalhadora, e como tal, nom podemos menos que trabalhar por destruí-la. Como tal, nom podemos menos que rechaçar qualquer alternativa oposta à monarquia espanhola, que nom seja umha REPÚBLICA GALEGA, SOCIALISTA E NOM PATRIARCAL.

Nós, como jovens trabalhadoras galegas, sabemos bem do que estamos a falar. A emigraçom, o desemprego crónico, a exploraçom feroz em trabalhos eventuais, a instabilidade e dependência económica da família, fam parte da nossa realidade quotidiana e do nosso entorno mais próximo.

Como mulheres jovens galegas, também sabemos mui bem do que estamos a falar. Quando o nosso salário meio é inferior ao dos homens; quando suportamos a palmadinha do chefe no nosso traseiro; quando se espera que ao chegar de trabalhar devamos ser nós quem fagamos a ceia ao companheiro, marido, ou familiares; quando o governo espanhol cede a soberania sobre o nosso corpo a setores ultra-católicos; quando sofremos assédio sexual polas ruas; ou quando nos imponhem encorsetados modelos de sexualidade.

Nom falamos portanto dumha realidade opressiva longe no tempo e no espaço mas dumha realidade de submetimento e exploraçom cada vez mais aguda na Galiza de hoje e que exige umha urgente resposta, umha resposta que depende e precisa de nós, jovens rebeldes; que precisa e passa necessariamente pola contundente e alargada rebeliom juvenil.

É por isto que em BRIGA, a escassos meses de cumprir o nosso décimo ano de vida e de luita juvenil ininterrompida, estamos convencidas da vigência do nosso projeto político, da indiscutível necessidade dumha organizaçom que traslade a intervençom independentista, socialista e feminista, à juventude galega de extraçom popular.

Umha organizaçom que depois de quase dez anos continua trabalhando por somar mais jovens a exercer o nosso legítimo direito à rebeliom contra Espanha, o Patriarcado e o Capital.

VIVA A JORNADA DE REBELIOM JUVENIL!

VIVA A GALIZA INDEPENDENTE, SOCIALISTA E FEMINISTA!