ESTUDANTES IMPUTADAS POR DENUNCIAR HOMOFOBIA NA USC

Dezembro 1, 2015 | Em destaque, Ensino, Repressom

BaAdSGxCQAAlPbd

A seguir reproduzimos o comunicado realizado pol@s 4 estudantes chamadas a declarar amanhá, 2 de dezembro, acusadas de participar num protesto denunciando as práticas homófobas do professor Domingo Neira.

BRIGA manifesta a sua solidariedade a Antia, Atanes, Felipe e Mario perante um novo ataque repressivo à juventude com práticas coerentes e nom disposta a amparar comportamentos intolerantes e discrimatórios na Universidade Pública.

NOTA INFORMATIVA POLA IMPUTAÇOM DE QUATRO ESTUDANTES POLO ESCRACHO AO HOMÓFOBO DOMINGO NEIRA

O próximo dia 2 de dezembro Antia, Atanes, Felipe e Mario estamos chamadas a declarar pola nossa imputaçom num delito de coaçons polo escracho realizado ao professor de Ciências da Educaçom Domingo Neira. Lá, na faculdade do Cámpus Sul, arredor de 70 pessoas convocadas polo Feche História nos concentramos para exigir a sua imediata expulsom da USC, motivada polos seus persistentes comentários discirminatórios com a diversidade sexual e as mulheres.

O professor Neira destaca desde há anos nas suas aulas polo seu posicionamento heterossexista e machista, com brincadeiras constantes e insultantes, mas também assegurando que quando diz, por exemplo, que “a homossexualidade é contagiosa “ou que é “um vício” se baseia em estudos científicos. Isto levou a que no passado ano académico 2013-14 as e os seus alunos denunciassem publicamente o seu comportamento, com a reaçom do professor reiterando os seus comentários arguindo à sua suposta funçom de “criar consciência crítica no estudantado”. O Decanato, apesar do seu silêncio inicial, consentiu em levar o caso a um tribunal de investigaçom (entendemos que pola ampla repercussom mediática), e o procedemento rematou numha sançom que críamos definitiva. Mas surpreendentemente foi ao ano seguinte quando nos atopamos com que Domingo Neira retomava a sua atividade laboral na USC, já que apenas estivo suspenso durante algo mais dum quadrimestre.

Por todos estes motivos denunciamos a situaçom, levando-a até a mesa de negociaçons com o recém eleito reitor Juan Viaño. Neira continuou no seu posto, fazendo a USC ouvidos xordos ao estudantado. Achamo-nos entom na necessidade de fazer ver nas próprias faculdades que nom íamos aturar mais discriminaçom nas nossas aulas, e foi por isso que em 13 de maio luitamos contra a censura e o esquecemento e acodimos à chamada do Feche História para demonstrar que na Universidade pública nom há espaço para as condutas que querem fazer do seu ódio irracional matéria de exame.

No escracho, as únicas violentadas e coacionadas fomos nós, que em nengum momento agredimos ao susodito professor. Nom renunciamos à nossa legitimidade à hora de denunciar discursos claramente homófobos nas aulas da USC nem à nossa atuaçom aquele dia, que nom foi mais que a consequência da passividade das instituiçons universitárias em torno aos prejuízos do seu professorado.

Agora somos chamadas a declarar por supostas coaçons, o qual é irónico tendo em conta que o comportamento de Domingo Neira, mas também das e dos indivíduos que o tenhem defendido, tem bastante de coacionador e, nom o esqueçamos, de violento. Cabe destacar quem som as duas pessoas que formulam a denúnica: a Secretária Geral da USC, Consuelo Ferreiro Regueiro, e a Vice-decana da Faculdade de Ciências da Educaçom, Maria José Méndez Lois. Isto dá umha ideia do grau de cumplicidade que tem a diretiva da USC com este docente e a sua conduta homófoba, mas também do escasso compromisso no que se acha esta instituiçom com o respeito polas liberdades sexuais e a luita feminista.

Em poucos dias, e de cara à vista do juízo, iniciaremos umha campanha de sociabilizaçom do nosso caso e denúnica da repressom que sofremos polo simples facto de berrar que nom queremos homofobia nas nossas aulas. Seguimos firmes na luita por umha sociedade livre de Patriarcado e cheia de toleráncia.