CRÓNICA DA XII ESCOLA DE FORMAÇOM

Abril 6, 2015 | Em destaque, Escola de formaçom

 

 IMG_20150328_115346A semana passada decorreu na Corunha, a cavalo entre os bairros de Monte Alto e Agra do Orzám, a XII Escola de Formaçom. Doze anos consecutivos realizando um encontro de caráter inédito na autoorganizaçom juvenil galega.

Mais umha vez, o encontro de aproximadamente 48 horas serviu para o que estava pensado: promover o encontro e o conhecimento mútuo entre a filiaçom das organizaçons, favorecer um clima de camaradagem e troca de ideias, afundar na imprescindível formaçom coletiva e reforçar as expetativas para os próximas 365 dias com fôlegos renovados graças aos positivos estímulos absorvidos.

Na sexta-feira foi chegando a maior parte das pessoas participantes, se bem algumhas nom chegariam até o dia seguinte. Reunid@s no Centro Social Gomes Gaioso, fomos saudad@s polo companheiro Xavier Rodrigues, em nome do Grupo de Base da comarca convocante. Umha companheira organizou durante mais dumha hora um entretidíssimo jogo tipo trivial, mui formativo e que mantivo a atençom de tod@s, sobre a história contemporánea dos movimentos armados de emancipaçom popular. A proximidade da data inaugural da Escola com o “Dia do direito universal dos Povos à rebeliom armada”, obrigava a fazermos referência à legitimidade dessa via como forma decisiva de plantar cara à violência do Capital. 

No sábado, como nas últimas ediçons, concentramos a vontade formativa, realizando três seminários, a última delas com formato de mesa redonda. O professor e linguista ferrolám Maurício Castro foi convidado a falar sobre umha questom crucial para a intervençom política na Galiza do sêculo XXI: “Marxismo e questom nacional”. Também Eva Cortinhas, responsável nacional de BRIGA, recorreria ao autor alemám para a sua introduçom ao “Marxismo para jovens militantes”. 

A Escola de Formaçom 2015, organizada sob a legenda “Somos semente de vencer” em homenagem ao 40 aniversário do assassinato de Moncho Reboiras, nom esqueceu a sua figura e legado, reconhecido durante o decurso do derradeiro dos seminários. “Ética revolucionária e atitude militante”, assim se intitulava o derradeiro momento para o debate. Fôrom tratadas as questons chave que mais interessam na nossa prática diária, como a importáncia de promover a disciplina revolucionária face a burguesa, praticar sem complexos a crítica e auto-crítica, reconhecer a necessidade de acompanhar discursos avançados com umha prática consequente e fazer da organizaçom revolucionária um espaço desalienante face ao ócio consumista promovido polo sistema.

Após gozar dum pouco da noite corunhesa, começamos de zero o domingo. E combinamos com o Xurxo Souto, na sua cidade e nas proximidades do seu bairro, para adentrar-nos na memória do bairro dos mareantes, a Corunha marinheira, “liberal e libertária”, cabeça atlántica da Galiza e esconderijo de muitas surpresas ocultas nos muros, baixo as pedras, e no ser coletivo do povo trabalhador corunhês. Foi o primeiro, e exitoso, roteiro urbano numha Escola de Formaçom.

Isso nom foi todo. Quando o Xurxo Souto nos deixava no adro da igreja de Santa Maria do Campo, começada a construír no sêculo XIII, colhemos rumo à Torre de Hércules, o Campo da Rata e o cemitério muçulmano, à beira do mar num dia claro que nos permitiu ver a tripla entrada do mar nas rias da Corunha, de Betanços e de Ferrol, ao fundo. Com essa paisagem de tea de fundo, figemos a assembleia valorativa onde todas e todos os assistentes coincidimos em considerar a Escola de Formaçom como umha jornada fundamental para avançar no nosso auto-conhecimento, nos nossos erros e acertos e na solidariedade e respeito entre todas e todos os companheiros que partilhamos um mesmo projeto e umha mesma utopia. 

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