CONTRA A CRIMINALIZAÇOM DA JUVENTUDE: REBELA-TE

Agosto 26, 2020 | Em destaque

A dia de hoje, na Galiza existem por volta de 2.800 casos ativos de coronavírus. Uns níveis mui similares aos existentes em finais de março, e que seguem um ritmo ascendente e alarmante, apesar da adoçom de medidas como a obrigatoriedade da máscara, a comunicaçom se se chega ao nosso País desde um dos focos de contágio e as restriçons no lazer noturno. Aliás, temos dúvidas razoáveis sobre a veracidade destas cifras, tendo em conta as denúncias contra a manipulaçom de dados por parte da gerência do SERGAS.

É difícil portanto afirmar que a situaçom atual se deva a um surto; o vírus vive umha nova onda de expansom. Ainda que com um grau maior de afetaçom na área sanitária da Corunha (com uns índices que figérom em julho fechar às/aos habitantes da Marinha), encontra-se estendido a multidom de vilas e comarcas que nos piores momentos da pandemia apenas contavam com casos.

Porém, a mensagem é clara: a culpa tem-na a mocidade. Levamos já meses a escuitá-la, somos quem vamos às discotecas e pubs, quem fazemos “botelhom”, jovens inconscientes e insolidárias que tiramos proveito da nossa boa saúde sem pensarmos nas mais vulneráveis. Um relato interessado que difere da realidade dumha juventude precarizada, ocupada nos empregos com mais risco, que dedica jornadas intermináveis a servir a turistas em bares e hoteis, num mísero trabalho de verao. Mas também é umha acusaçom covarde e hipócrita por parte dum sistema que leva décadas a guiar as nossas vidas e a nossa felicidade no individualismo mais feroz.

Nom é a primeira vez que as moças somos responsabilizadas dumha crise da que conhecemos os culpáveis, e por isso temos a tarefa de assinalá-los. Denunciamos o Estado espanhol e a Xunta cúmplice que desde junho animam o turismo a vir em massa ao nosso País, porque “o maior risco que temos agora mesmo na Galiza é a chegada de turistas, que espero que sejam muitos este verao”, Feijóo dixit. O espólio maciço sofrido durante décadas de desindustrializaçom forçosa pagamo-lo agora, condenadas a umha economia dependente de esmolas para lucro duns poucos rentistas, que desde as empresas de comunicaçom introduzem as palavras de ordem “temos que aprender a conviver com o vírus”.

No próximo mês de setembro começam as aulas, entre as inúmeras incertezas que a Conselharia de Educaçom nom quer resolver, pois é mais simples culpar a Sánchez de todo. Sem protocolo e no meio dum processo galopante de privatizaçom da Universidade Pública Galega, a mocidade e o estudantado organizados em BRIGA assumimos a necessidade e urgência dum novo ano académico de mobilizaçons, e comprometemo-nos no nosso papel de revulsivo das mesmas.

Os primeiros meses de quarentena demonstrárom a necessidade de socialismo, feminismo e independência, ademais da instabilidade do projeto liberal. Nom só ficou evidente para militantes organizadas, mas para amplos setores do nosso povo. É a constataçom de que o Capital nom tinha preparada com suficiente antelaçom a sua campanha de propaganda. Agora já sim, e a principal cabeça de turco seremos nós, a mocidade. Estamos a falar de que se nos vam carregar as mortes e contágios, assim como o pioramento da crise económica.

Como evitá-lo? Como dar continuidade ao descontentamento das redes sociais e conseguir que se traslade às ruas? Podemos seguir aguardando que este sistema caia por si sozinho, mas nom vai ocorrer. Passemos à ofensiva, organizemo-nos. Fagamos frente ao discurso criminalizador. O principal motor da juventude nom é o prazer imediato; é a rebeldia contra umhas condiçons de vida impostas e indignas. Querem-nos adormecidas, rebeldes nos terám!

 

rebela-te