8M: INSUBMISSAS CONTRA A SUA MISÉRIA!

Março 4, 2016 | Em destaque, Feminismo, Feminismo e Antipatriarcado

8-M 2016

Miséria. É umha palavra que as jovens galegas conhecemos bem. Umha simples olhada à nossa realidade quotidiana serve para defini-la à perfeiçom: a metade das nossas amigas estám na emigraçom, outra parte desempregadas, as que conseguírom trabalho fam-no em intermináveis jornadas laborais na hotalaria ou em minicontratos dumhas poucas horas semanais com os seus consequentes ridículos salários. Na maioria dos casos permanecemos dependentes da economia familiar seja de maneira constante ou como “colchom”, pois o aforro é para nós um objetivo longe de se cumprir.

Que umha mulher galega tenha que trabalhar 90 dias mais ao ano que um homem para perceber o mesmo salário, demonstra como a exploraçom capitalista encontra na opressom de género um aliado idóneo para obter mais lucro.

Que mais da metade das mulheres galegas em idade ativa vivam sob o limiar da pobreza e que sejamos as que menos cobramos a hora trabalhada de todo o Estado, demonstra como a exploraçom capitalista encontra na opressom nacional um outro aliado idóneo para submeter a força de trabalho dos territórios sob dominaçom espanhola.

Nom há lugar a dúvidas, as jovens galegas cobramos menos do que homens e pessoas de maior idade, atopando-nos sob a média de todo o Estado; os nossos empregos som mais precários e menos valorizados, somos mais nas listas do INEM, nom conseguimos aceder a vivenda própria…

Longe estamos pois de exagerar quando afirmamos que sofremos miséria e que todo aponta a que esta será acentuada de nom respondermos com firmeza e inteligência aos múltiples ataques que os benefactores do sistema dirigem contra nós.

Nom podemos esquecer que somos o setor do povo mais explorado, dominado e oprimido, e como tal, somos também o que vai ter que operar mais cámbios nesta sociedade para acadar a nossa liberdade. Detentamos, polo tanto, um inigualável potencial revolucionário que na Galiza é urgente organizar e redirigir face posturas de enfrentamento real com o sistema, abandonando práticas mornas mais centradas em resistir que em avançar.

A única via possível para a vitória é auto-organizar-nos nós próprias, as mulheres, as únicas que nada temos a perder na luita contra o Patriarcado e o Capital, numha batalha diária que, tecendo laços de sororidade entre todas as obreiras deste País, avance com firmeza na luita pola transformaçom radical da sociedade.

Nom pararemos pois, até alcançar um mundo no que sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.

AVANTE A MULHER TRABALHADORA!