28J: LIVRES PARA O PRAZER

Junho 28, 2014 | Em destaque, Feminismo e Antipatriarcado

LGTBI

O calendário avança e achega-se 28 de junho, dia do Orgulho LGTBI. Esta data tem sido reivindicada desde o princípio da nossa história organizativa. Porque a juventude de BRIGA é consciente de medrarmos num mundo em que a sexualidade livre abanearia os pilares da organizaçom social.

Os arquétipos sexuais transmitem-se de geraçom a geraçom. Assim, as maiores discrepáncias surgem entre as pessoas mais novas. Como quase todo o imaginário do mundo adulto que nos obrigam a tragar, também o que somos, o que devemos ser e até onde se pode chegar no sexo grava-se a ferro e lume nos nossos cérebros conflituosamente.

Porém, o sistema é inteligente e sabe adaptar-se sem perder a essência. Permitem-se alternativas, espaços nom hegemónicos e demonstraçons de diversidade. No entanto, sem jovens escrav@s, incapazes de imaginar sexualmente um mundo novo numha sociedade sem opressom de género, o capitalismo convulsionaria.

A perturbaçom que poderia ocasionar umha desidentificaçom massiva da juventude com os roles de género e sexuais impostos é tam imensa que o sistema contempla qualquer carta para incorporar à partida com tal de que nom se desmande o rebanho. Essas cartas venhem marcadas. Tenhem distintas cores e naipes, parecem novas, mas apenas procuram inserir a diversidade num estreito espaço à volta do mercado.

Mercado dos roles: gay, bissexual, lesbiana, hetero, “rarit@”, ambíguo… Umha vez adjudicada a identidade, temos que ir aos grandes armazéns, participar das convocatórias institucionais festivas, e adequar a nossa personalidade para poder entrar dentro do grupo adjudicado. Vestimenta, estética, modais, gestos, acenos, atitude, lazer, companhias… até emprego! Todo nesta sociedade leva incorporado o selo do género e das preferências sexuais.

Tal peiteado é de lesbianas, tal combinaçom é de gays, conduzir camions é de homens heteros, os desportos de contato som para mulheres ambíguas, viajar só é de homossexuais, a bissexualidade é um vício infantil… Estes prejuízos giram todos à volta dumha fantasmagórica apropriaçom mercantil dos desejos. Da necessidade de exaltá-los para dotá-los de natureza capitalista. De transmutar o desejo em valor de troca.

Descobramo-nos sem medos. 

Livres para escolher, livres para o prazer!

QUE NOM TE DEIXEM PARAD@; LIBERTA-TE!