28-J Dia do orgulho LGBT

Junho 28, 2021 | Em destaque

O Dia do Orgulho LGBT está marcado em vermelho na agenda da juventude
independentista. Nom é umha data isolada que nos sirva para a autocomplacência, nem
umha festividade vazia. É a conseqüência dumha luita que atravessa os 365 dias do ano,
que se dá tanto no macro como no micro, e que conjuga vitórias com retrocessos e muitas
aprendizagens. Levamos resistindo muito mais que 52 anos; som milénios desde que as
classes dominantes nos tentam impor um único modelo que garanta a reproduçom social
sob os seus objetivos. Mas encontrárom resposta, e, ainda que a batalha seja difícil, só
sairemos ganhando no marco dos processos revolucionários, que aspirem e reúnam as
condiçons para derrubar o capitalismo e o patriarcado.

Nestes últimos dias, a denominada “Lei Trans” focou inúmeras críticas. A que fora
chamada a ser garantia legal para todas as pessoas trans parece estar só a contentar a um
setor mui pequeno deste coletivo. Que ninguém pense que as leis, pola sua natureza,
estám livres de qualquer influência política. Neste caso, longe de ser neutral, a proposta de
Unidas Podemos bebe das teorias queer e pós-modernas que nom atacam a raíz do
problema, mas decoram-na. Nom podemos aprovar as teses que analisam o género como
umha questom individual, ou simplesmente cultural. A forte oposiçom de centos de coletivos
feministas a esta lei e às posiçons que defende fai ainda mais evidente a necessidade dum
debate entre os movimentos populares deste País. A forma em que o resolvamos e a
correlaçom de forças que saia de aí determinarám o éxito neste e noutros combates.

Nom cometamos o erro de olhar o dedo quando sinala a lua. A burguesia é, como
em tantas outras ocasions, a principal interessada em dar continuidade à heteronorma e às
instituiçons que sustenta, já que é a única classe que extrai benefício delas. É por isso que
leva já anos a dedicar esforços em fazer da orientaçom e identidade sexual umha
banalizaçom, umha performance rodeada de luxo, ao alcance de só uns poucos petos. E
também lhe imprime um caráter flutuante e quase caprichoso, fazendo com que ao final,
quando os anos passam e nom podemos seguir os ritmos do capitalismo, só podamos
voltar ao redil da heterossexualidade.
Nós reivindicamos um modelo que rache com a proposta do Capital, que a critique e
a destrua, destapando as suas vergonhas e desputando-lhes a hegemonia. A
heterossexualidade como norma é umha prisom da que podemos sair individualmente, mas
da que só nos livraremos, de maneira definitiva, através da luita coletiva.

106296703_2937540029677577_5419039953229568147_n