1º DE MAIO: ORGANIZAÇOM E CONSCIÊNCIA DE CLASSE PARA MUDARMOS TODO

Maio 1, 2020 | Em destaque

Chega mais um 1º de Maio que, igual que a atual situaçom sócio-económica, apresenta-se de forma anómala. As ruas do nosso país nom serám testemunhas das mobilizaçons do sindicalismo. Mália isto, devemos ser conscientes da situaçom que vem. Desde os setores da burguesia e as classes dirigentes do estado fai-se fincapé umha e outra vez na “ansiada” volta à “normalidade democrática” como se esta a sua normalidade constituisse umha nova situaçom de justiça e desenvolvimento social.

Nada mais longe da realidade, da mesma forma que em 2008 achamo-nos diante da iminente queda polo precipício da economia neoliberal mundial. Achamo-nos num contexto onde o Povo Trabalhador Galego está a pagar mui cara a opressom de classe que nos fai vender a nossa força de trabalho com cada vez mais obrigas e menos direitos. Está a pagar as conseqüências dum modelo produtivo predador da natureza e da saúde tanto física como mental das pessoas.

Seguem-se a pagar as conseqüências do caos do mercado, caos que produziu na Galiza a destruçom dos setores produtivos estratégicos, reservando para nós um papel onde prevalece a extraçom rapineira e a produçom antiecológica, ademais de tenar colocar como eixo central umha débil economia de serviços que agora é um dos principais setores afetados deixando milhares de jovens, que já tinham umhas condiçons precárias baseadas nos baixos salários e na temporalidade, no desemprego. Paralelamente a juventude trabalhadora, enfrentamos a complexa tarefa de dar resposta às necessidades emancipatórias: a morada, o termos garantido um emprego estável, o acesso aos serviços básicos e, em definitiva, um futuro digno sem vermo-nos forçadas ao exílio económico. Um futuro ao qual neste sistema é cada vez mais difícil aceder.

Mentres isto acontece vemos como os considerados grandes líderes da economia som louvados por presentear umha ínfima parte do que lhe é extraído à classe trabalhadora enquanto eludem a sua própria legislaçom com centos de artimanhas que só podem realizar quem estám no cúmio do controle económico de determinados territórios. Estamos fartas dos seus relatos grandiloquentes. Nós, a juventude que desde que temos idade para sermos conscientes nom conhecemos outra cousa que os efeitos devastadores da crise, vamos voltar ver como somos utilizadas como ponta de lança na reestruturaçom económica, constituindo verdadeiros batalhons de choque de mao de obra barata.
Todo isto num dos momentos da história em que a capacidade de resposta da classe trabalhadora conta com grandes limitaçons e sem umha folha de rota alternativa clara e concisa. Sem dúvida o embate será forte e nom fica mais opçom que continuar a organizarmo-nos para formar-nos a nível teórico e prático, estando prontas para as luitas que virám e que já estam presentes.

Como tantas outras vezes o sistema tem mostrado a sua face mais terrível, a de priorizar o lucro e a produtividade à vida, e lamentavelmente vemos mais umha vez como as limitaçons do próprio sistema nom chegam para fazer avançar as consciências das massas assalariadas; muito polo contrário, o que fam é mostrar à populaçom as facetas mais individualistas e egoístas da ideologia dominante.

O retrocesso nas nossas condiçons de vida vai ser grande, e tanto fai quem seja o gestor do governo espanhol ou da Junta, nada importa que sejam do setor mais conservador até as organizaçons social democratas mais respeitáveis, porque nem sequer estas últimas terám opçom em priorizar a vida se querem manter em pé o que gerem. É a dinâmica do capital e o sistema que regem o funcionamento do mundo e nom quem “pom a face”, seja mais bom ou mais mau. Só o reforçamento das organizaçons populares, a concreçom das alternativas ao sistema e o alargamento da influência das organizaçons anti-sistêmicas na sociedade podem chegar a garantir o avanço social.

Por isso desde BRIGA, perante o que aparenta que vai ser umha difícil situaçom para o conjunto da classe trabalhadora, queremos chamar mais que nunca ao constante combate contra as políticas neoliberais, já nom só em termos de resposta e defesa dos direitos, mas na construçom de novos valores e alternativas que possibilitem a consciência dos setores populares que devem ir orientadas na construçom de ferramentas revolucionárias onde a formaçom e a luita ideológica tenham um papel fundamental. Umhas ferramentas que abram caminho à resoluçom das contradiçons sociais, nacionais e de género.

Porque hoje mais que nunca as palavras de ordem “Só o povo salva o povo” cobram total vigência.

VIVA O PRIMEIRO DE MAIO
VIVA A LUITA DA CLASSE TRABALHADORA!