100 ANOS DE APRENDIZAGENS

Outubro 25, 2017 | Em destaque

A Revoluçom Socialista dirigida pola vanguarda revolucionária com o apoio popular de soldados, camponeses e operários, trunfa em Outubro de 1917, o dia 25 sob o calendário juliano vigente na altura no Império Russo (polo nosso calendário, seria no dia 7 de novembro quando os bolcheviques teriam tomado o poder na Rússia). Lenine passaria a presidir o novo Governo, o Conselho de Comissários do Povo, e como Secretário Geral do Partido Comunista dirigiria a edificaçom do primeiro Estado Socialista da História.

Desde BRIGA lançamos esta pergunta: que aprendizagens e ensinanças nos pode deixar este processo?

A essência do leninismo pode ser apreciada no rejeitamento ao economicismo, à açom isolada, ao parlamentarismo, ao alonjamento dos princípios e ao dogmatismo político. Em contraposiçom a isso, Lenine pula pola disciplinada construçom de fórmulas organizativas de novo tipo, a priorizaçom da açom de massas, a formaçom de quadros integrais, a propaganda e imprensa revolucionária, a tática flexível mas a estratégia firme.

Hoje no marco do 100º aniversario da Revoluçom Rusa, com um século de distancia com o ano no que cambiaria a história, e onde tem trunfado o futuro sobre o passado na Rússia, cobra renovada importância o estudo da revoluçom, os documentos, livros e textos produzidos a raiz da mesma.

Entre a revoluçom de fevereiro e a de outubro, a vanguarda bolchevique mudaria de tática em diferentes ocassons, procurando dar a resposta mais ajeitada em cada situaçom concreta, revisando a açom política anterior e corrigindo erros que lhe serviriam mais adiante para conseguir vitórias. Esta capacidade de autocrítica e de contínua aprendizagem permite o avanço do processo revolucionário, ao ter sempre presente a análise e inteprentaçom de realidade e, sobretudo, a capacidade de intervençom revolucionária na mesma, mudando e conduzindo a sociedade face a novos puntos.

Isto, paradoxalmente, é contrario a o seguimento estático e mecánico que muitas ferramentas guiadas polo leninismo costumam fazer, tomando as obras de referência desta etapa como umha ortodoxia anquilosada que converte as suas achegas em caricaturas do que queriam transmitir na altura anulando as capacidades de rutura e transformaçom social do marxismo como ciência política na conquista dumha nova sociedade.

O peso histórico da revoluçom russa é inegável e o seu peso simbólico continua a ser um feito apaixonante e emotivo; por tanto, alvo de ataque por parte da burguesia. O comunismo, para nós, continua a ser esse ideal de transformaçom e superaçom da sociedade, o da construçom dum mundo novo onde o género humano abolirá a exploraçom, onde curtiremos da vida, da cultura, do ócio, onde as nossas relaçons pessoais seram horizontais e o espaço onde desenvolveremos ao máximo as nossas qualidades pessoais. Mas também continua a guiar-nos o desejo do socialismo que se implementou na URSS, o desejo da segurança vital, da emancipaçom juvenil, da estabilidade laboral, das liberdades nacionais e de identidade para o nosso povo, da libertaçom sexual, da vivenda, da auto-realizaçom pessoal…

Hoje, a cem anos da Revoluçom, da toma do Paço de Inverno que produz umha sensaçom de vertigem histórica na cabeça de toda revolucionária, custa pensar na superaçom do sistema económico e social imperante, o capitalismo. Com a queda do Muro de Berlim e a dissoluçom da URSS, as esquerdas avançadas europeias entrarom em dique, a aussência de imaginário e a nom projeçom dum horizonte alternativo ao hegemónico conduziu ora à incorporaçom dentro do jogo do sistema, ora à queda na estética vazia e à incapacidade de incidência social. Este vazio de certeza e incapacidade de configuraçom estratégica prima a identidade à utilidade coletiva para a transformaçom política, social e económica.

Retomando a pergunta lançada antes: quais som as aprendizagens que nos deixa esta etapa. Resolvemos a dizer que é a necessidade de atualizar-se de forma constante, de inovar, de ser imaginativas, de caminhar entre contradiçons para avançar, de incidir nas diferentes frentes da sociedade para transformá-la, de estudar as obras anteriores para germolar teorias e propostas adatadas a cada situaçom e momento social concreto.

Desde BRIGA, Juventude Revolucionaria reivindicamos o legado da Revoluçom de Outubro, e assumimos a tarefa de aproveitar as ferramentas que nos deixou, adatando-as à realidade da Galiza atual para caminhar face à construçom dumha República Socialista Galega.

 

Cartaz 25-O