O ESTUDANTADO POPULAR: UM SETOR PREJUDICADO#MudemosTodo🔄

Abril 29, 2020 | Campanhas, Em destaque, Queremos mudá-lo todo!

Desde o passado 13 de Março as estudantes matriculadas nos diferentes níveis de ensino do nosso país estamos numha situaçom de incerteza derivada da crise sociossanitária do COVID 19.

Perante esta situaçom, as universidades galegas e FP, levadas pola inércia das diferentes universidades e autonomias espanholas, optárom polo mantimento do calendário e pola avaliaçom em linha como alternativa à impossibilidade de acudir a aulas de forma presencial.

Esta medida, apresentada como a soluçom dos problemas, nom está pensada para a realidade galega, onde carecemos en moitos casos de infraestrutura adequada para poder conectar-nos às aulas telemáticas.

Segundo um estudo de Save de Children destes últimos dias, indicam-nos que das muitas famílias que ingressavam menos de 900 euros, 42% nom tinha computador na casa e 22% nom tinha acessibilidade à internet mas, como já digemos, a Galiza tem umha característica distintiva de muitas outras universidades que podemos encontrar no resto do Estado, que é a dispersom das aldeias e as infraestruturas atrassadas, o que nom permite a muitas estudantes que moram em núcleos rurais levarem a matéria impartida polo professorado com umha certa normalidade pola falta de conectividade.

Além do problema derivado da fenda tecnológica, o principal problema que podemos encontrar as estudantes é a falta de planificaçom, previsom e umhas alternativas formuladas por parte do Estado que nom se adaptam às condiçons do nosso país. Esta pouca previsom implica, que cada poucos dias as universidades, e FPs, improvisen resoluçons, que cada 15 días ficam totalmente obsoletas.

Esta situaçom de improvisaçom por parte das autoridades educativas do nosso país, somado à situaçom de precariedade de muitas famílias e o factor do confinamento, cria grandes problemas psicológicos no seio do estudantado galego, pola incertidume do seu futuro, nom podendo exercer a sua atividade letiva dumha forma digna. Aliás, a falta de indicaçons impediu ao profesorado reorganizar a sua matéria e os métodos de avaliaçom desde um primeiro momento, agravando a situaçom de incerteza que padecemos as estudantes

Devemos desmentir a afirmaçom de que esta crise nom entende de classes sociais, quando as estudantes mais afectadas por esta situaçom som as mais precárias que nom disponhem do capital cultural necessário ou preciso para poder adquirir em muitos casos os critérios mínimos adquiridos nos liceus, ademais de ter que lidar em muitos casos com umha situaçom familiar dramática depois da crise sociossanitária do coronavírus, o qual nom lhes permite fazer frente ao curso tal e como se está formulando.

Constantemente tratam de revestir de normalidade esta situaçom excepcional, formulando as provas telemáticas como umha opçom para sermos avaliadas dos nossos critérios mínimos, quando curiosamente estas provas nom valorizam as atitudes apreendidas, senom que tal e como estám propostos nom fam mais que valorizar a capacidade de retençom num momento determinado.

Esta fórmula cabe denunciá-la por vários motivos :

Muitas das estudantes nom estamos capacitadas materialmente para poder aceder a estas provas telemáticas, curiosamente as mais afetadas serám as pessoas máis precarizadas, por ter que conciliar com umha situaçom dramática nas suas famílias ou pola fenda tecnológica irreversível nuns meses como anunciou Feijóo há vários dias, ademais de pola incapacidade das universidades galegas de desenvolver métodos de avaliaçom em linha quando som incapazes de manter o seu campus virtual ativo.

De BRIGA valorizamos a necessidade de apresentar medidas excepcionais para umha situaçom excepcional onde as perjudicadas nom sejam as estudantes, todas as medidas apresentadas polas autoridades educativas até o dia de hoje nom fam mais que tratar de disfarçar de normalidade umha situaçom excepcional e carregar de responsabilidade ao estudantado sem ofertar-lhe nengum tipo de ajuda para enfrentar a pandemia.

Entendemos também que se se deve de adoptar um plano de choque social para proteger a acessibilidade ao estudantado a umha educaçom digna perante esta crsse sociossanitária, como umha convocatória extraordinária polos gastos derivados da COVID-19 ligada à renda, a devoluçom das propinas universitárias em 50% este ano e anulaçom das mesmas o vindouro ano para nom prejudicar à acessibilidade de muitas famílias e o reforço das becas universitárias adaptadas à realidade galega e ligadas à renda nom a critérios acadêmicos.

A juventude trabalhadora deve ser vanguarda na defesa dos nossos serviços públicos e o principal expoente de defender um ensino público e acessível para as classes populares, entramos numha crise mas nom queremos voltar à normalidade, queremos mudá-lo todo, que a crise nom caia sobre as costas da classe trabalhadora senom sobre a classe exploradora.