A nossa solidariedade é imparável

Setembro 26, 2020 | Em destaque, Repressom

Ao longo da história as classes dominantes dotárom-se de mecanismos para derrubar a classe antagónica. No caso da hegemonia mundial do capitalismo nom foi doutra forma e utilizárom-se diferentes mecanismos para conservar os seus privilégios e os seus interesses de classe, passando por riba dumha maioria social que, mália estar numha constante situaçom de submetimento ideológico foi quem de encetar vozes de rebeldia de trabalhadores e trabalhadoras que se negárom a aceitar a ordem social estabelecida. A resposta perante isto por parte do capital foi a repressom. 

Aprendemos da teoria marxista que os Estados, como ferramentas utilizadas pola burguesia para manter os seus privilégios de classe, figérom-se com o monopólio da violência podendo usar com bastante normalidade e com grande impunidade qualquer forma de violência para reprimir qualquer aceno de contestaçom popular. Consequentemente com isto, o Estado espanhol é um projeto que garante os interesses do grande capital mediante a exploraçom das trabalhadoras e a opressom e espólio dos povos e naçons que o conformam. Deste modo, temos visto como ao longo dos seus anos de existência valeu-se de diferentes montagens, métodos e estratégias para reprimir luitas sociais e, com especial dureza, as luitas de emancipaçom nacional e social de género dos diferentes povos do Estado.

A Galiza nom foi nem é umha excepçom e nas últimas décadas esta repressom tem alcançado níveis verdadeiramente preocupantes. Desde os casos mais conhecidos como o assassinato de Moncho Reboiras e as açons repressivas contra aquela UPG; o encarceramento de militância de Galicia Ceibe (OLN) em 1980;  as vagas repressivas contra o independentismo de finais da década de 80 até finais da década de 90 até as operaçons contra militantes da AMI e BRIGA em 2005 (operaçom Castinheiras e Cacharrom). E justamente a partir desse mesmo ano, contamos dúzias de militantes acusadas de pertencer a umha suposta “organizaçom terrorista”. 

Precisamente a declaraçom oficial no nosso país em 2013 de existência dessa presumível “organizaçom terrorista” (ainda que já desde anos antes existiam operaçons sob esse guardachuvas) tem servido para umha brutal agudizaçom da perseguiçom e criminalizaçom da esquerda independentista e dos movimentos sociais, contando com a chamada “Operaçom Lusista” como última batida que tivo como consequência o encarceramento de independentistas em 2019. 

Fôrom entom, desde 1975 centos e centos de pessoas encarceradas e dispersadas, perseguidas, investigadas, sancionadas ou citadas à Audiência Nacional. 

É neste contexto repressivo que tenhem lugar as operaçons Jaro I e Jaro II, hoje unificadas, contra as organizaçons Causa Galiza e Ceivar. Uns processos judiciais absolutamente esperpénticos, que desde o primeiro minuto tivérom umha cobertura criminalizadora desproporcionada condenando as detidas mediaticamente, suspendendo “cautelarmente” a atividade de Causa Galiza por um ano e convertindo as detençons numha sorte de espetáculo (nomeadamente as detençons da Jaro I). De facto as acusaçons fôrom mudando com o passo do tempo (o que dá conta da inconsistência do mesmo) até o ponto de que todo apontava a que ficaria numha tentativa de montagem quando em julho de 2019 éram retirados os cargos de mais gravidade.  Porém, em novembro do ano passado, a Fiscalia imputava às 12 encausadas o delirante delito de “pertença a organizaçom criminosa para a comissom de delitos de enaltecimento do terrorismo”, o qual pode supor umha condena total de 102 anos de prisom e a ilegalizaçom da organizaçom política Causa Galiza e o organismo antirepressivo Ceivar.

Diante desta situaçom, de BRIGA queremos mostrar a nossa preocupaçom com a crescente escalada repressiva do Estado espanhol, dirigida de forma evidentemente desproporcionada contra a esquerda independentista galega. Queremos mostrar também a nossa solidariedade com as pessoas processadas pola Operaçom Jaro e reclamamos o arquivo definitivo de dito caso. 

Por último, manifestamos necessária a articulaçom dumha resposta unânime diante dumha tendência que nom só afeta à esquerda independentista. Umha esquerda independentista que mália a sua atual debilidade, o Estado é consciente também da potencial ameaça que sempre supujo a aposta soberanista para o projeto nacional espanhol. Mas, como diziamos, este processo supom também um ataque frontal contra todo tipo de dissidência que se mova em parámetros radicalmente opostos enfrentando a situaçom a que o atual estado das cousas nos condena. Amossamos para isso a nossa plena disposiçom.

DEFENDER A TERRA NOM É DELITO!

A NOSSA SOLIDARIEDADE É IMPARÁVEL!