24J: ILEGALIZAM IDEIAS, TECEMOS SOLIDARIEDADE

Janeiro 22, 2016 | Em destaque, Repressom

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Historicamente, o capitalismo tem-se dotado de numerosos mecanismos destinados a impedir que a imensa maioria da populaçom mundial seja consciente da situaçom de opressom a que nos submete a minoria dominante. O controlo da ideologia mediante a escola, os mass-meia, a produçom cultural, a religiom… revelam-se instrumentos fundamentais para perpetuar um sistema baseado na exploraçom do ser humano polo ser humano, na opressom das mulheres e no submetimento de povos.

Porém, as numerosas fórmulas implementadas pola burguesia para impor a sua ideologia, nom sempre resultárom suficientes e no seio das e dos oprimidos tenhem surgido por todo o mundo numerosas vozes rebeldes dispostas a luitar contra umha sociedade injusta e criminosa. Eis aí que surge a repressom como o mais velho e capaz dos mecanismos para impedir que as e os oprimidos dumha sociedade, desputem o poder a quem o exerce. E eis aí que o marxismo nos fala do Estado como o detentor do monopólio da violência, pois nele radica a capacidade de impor um modo de produçom que só beneficia a umha minoria e, portanto, de empregar a violência, nas suas distintas vertentes, ante signos de rebeldia popular.

E o Estado espanhol nom supom qualquer exceçom. Ao igual que muitas outras democracias burguesas formalmente defensoras da liberdade e a igualdade, nom é mais que um instrumento baseado no uso da violência, que está ao exclusivo serviço da classe dominante. Um instrumento que garante a dominaçom dos povos sob a sua jurisdiçom e que impom em todos esses territórios o sistema capitalista.

Nom há mais que ver como reage o governo estatal ante a vontade de independência nacional do povo de Catalunya: com constantes negativas e ameaças que confirmam o indispensável rol que exerce Espanha para o poder económico.

A multi-crise em que se acha inserido o Estado, com índices de desemprego alarmantes, despejos, numerosos escándalos por corruçom, a desconfiança geralizada nos principais partidos políticos do regime, umha monarquia cada vez mais questionada, os avanços da luita independentista catalá… tem-se saldado com um descontentamento popular que fai perigar a “paz burguesa” que parecia imperar.

É assim que o governo do PP, fiel aos seus interesses, nom duvidou em impor reformas legislativas como a Lei de Segurança Cidadá ou o endurecimento do Código penal, destinadas a reforçar a capacidade do Estado para exercer a violência contra o povo. E já nada novo resulta afirmar que o Estado espanhol se encontra numha deriva autoritária tam alarmante que mesmo tem sido reconhecida por tribunais internacionais.

Na Galiza, a repressom tem alcançado níveis verdadeiramente preocupantes. A declaraçom de existência dumha organizaçom terrorista no nosso país tem servido como álibi para umha brutal agudizaçom da perseguiçom e criminalizaçom da esquerda independentista e dos movimentos sociais.

Para além da criminosa vulneraçom dos direitos humanos das companheiras e companheiros que se encontram dispersad@s nas prisons do Estado, está-se a exercer umha repressom indiscriminada e exagerada contra aquelas e aqueles que afirmamos querer e trabalhamos por conquistar umha Galiza independente, socialista e nom patriarcal.

É no contexto desta deriva fascistoide, que o passado 30 de outubro se produzia a detençom de 9 companheir@s de Causa Galiza acusad@s de enaltecimento de terrorismo e integraçom em banda armada. A chamada “operaçom Jaro” saldou-se com a suspensom de atividade da organizaçom independentista e supujo um preocupante precedente numha trajetória repressiva que parece ir em aumento.

O Estado espanhol está a dirigir golpes certeiros contra a esquerda independentista galega, conscientes como som da sua atual debilidade mas também da potencial ameaça que sempre supujo a aposta soberanista para o projeto nacional espanhol.

Repressom baseada na ilegalizaçom de ideias divergentes das dominantes, na perseguiçom de luitas dissidentes, na criminalizaçom da luita em defesa dos nossos interesses coletivos como mulheres, galegas e galegos trabalhador@s.

É por isso que resulta tam imperiosa a necessidade de darmos umha resposta unánime às tendências que começam a debuxar umha ditadura sem decoros e dissimulos burgueses, de reminiscências dum passado nom tam afastado no tempo que alguns parecem botar de menos.

O vindouro 24 de janeiro, todos e todas as galegas defensoras da liberdade e dos direitos civis e políticos temos umha cita ineludível nom só com a imprescindível solidariedade mas também com a nossa dignididade.

NOM À ILEGALIZAÇOM DAS ORGANIZAÇONS POLÍTICAS!
ILEGALIZAM IDEIAS, TECEMOS SOLIDARIEDADE!