17-M. CONQUISTEMOS UM NOVO FUTURO PARA O GALEGO

Estamos perante um Dia das Letras excepcional. Este ano nom se ateigarám as ruas com o berro coletivo dignificador do nosso idioma mas isso nom vai fazer que fiquemos caladas.

Estamos acostumadas a reflexionar cada ano a respeito dos dados estatísticos desoladores quanto ao uso do galego na Galiza, nom é preciso repeter de novo a crescente tendência desgaleguizadora das jovens. É por todas conhecida a realidade sociolingüística em que a pressom espanholizadora em todos os campos impede que podamos desenvolvermos com plena normalidade as nossas vidas com umha completa imersom na língua da Galiza, Impedimentos no mundo laboral, no mundo do lazer, da comunicaçom ou mesmo no cultural com umhas referências culturais e inteletuais fortemente limitadas a um contexto já nom hispanófono, mas diretamente de procedência geográfica espanhola. Nom seria um problema se isso nom tivesse como consequência o desaproveitamento e desconhecimento generalizado do amplo universo que nos abre o uso efetivo do galego a nível mundial.

Nom ajuda neste senso a “estratégia normalizadora” desenvolvida nos últimos 40 anos que fomentou umha língua autonómica com um caráter folclórico onde a máxima expressom de galeguidade consiste em quatro tópicos criados, precisamente, dumha visom espanhola. Assim fican o nosso país reduzido culturalmente a um pequeno páramo com gente “melancólica e misteriosa”. Isto demonstra-se com especial força nestas datas através dos “concursos” de “palavra mais bonita” enquanto nom podemos viver na nossa língua com plena normalidade e sem que o galego tenha possibilidade de adquirir o pleno desenvolvimento que nós, como povo, devemos dar-lhe se queremos garantir a sua continuidade, o seu espaço e a sua completa dignificaçom.

Esta situaçom nom vem dada por um processo natural baseado em que as galegas decidem livremente fazer do castelhano a sua língua veicular. Esta situaçom tem a sua base numha questom política e numha questom de classe. Este processo de substituiçom lingüística é sustentada pola imposiçom do projeto político homogeneizador espanhol, no qual Galiza fica como um território dependente onde é favorecida precisamente a língua da burguesia espanhola.

Isto todo, mália o aspeto devastador, nom é para nada definitivo e é na luita pola nossa soberania política que podemos inverter este processo. Existe na Galiza o tecido que representa um modelo de resistência popular a esta situaçom, um tecido que aspira a deixar de ser resistência para ser um projeto ganhador capaz de mudar todo também no plano lingüístico. Existe um tecido que fomenta e defende as enormes potencialidades que o galego tem como língua internacional, que partilhamos com mais de 260 milhons de falantes no mundo, que aposta na força da unidade lingüística frente à limitaçom dum galego autonómico e minoritário incapaz de concorrer com a língua que o projeto nacional espanhol utiliza como substituidora da nossa. É este o modelo lingüístico em que acreditava Ricardo Carvalho Calero, tantos anos silenciado e sendo objeto de rechaço por parte das forças instiucionais responsáveis pola política lingüística durante este tempo.

E é nesse modelo no que as jovens devemos acreditar, devemos pular decidamente polo fortalecimento deste tecido popular e de todas estas iniciativas autogeradas desde a base. Devemos multiplicá-las e pular pola conquista de espaços monolingües em galego, pola dignificaçom do idioma no ensino, nos meios, na cultura, nos serviços e, em definitiva, trabalhar por desenvolver um processo que permita afirmar a territorialidade do galego na Galiza, onde seja esta a língua do nosso Povo. Onde a língua conforme a base cultural sobre a qual avançar num processo de construçom nacional, inserido num projeto político de emancipaçom social e nacional que garanta a nossa língua como máxima expressom cultural do mesmo. Um projeto que trabalhe pola conquista de soberania política para a Galiza, a qual que está profundamente ligada com a sobrevivência e dignificaçom do galego. Um projeto que nos permita mudar todo e dotar a nossa língua dum futuro onde esteja bem viva!

CONQUISTEMOS UM NOVO FUTURO PARA O GALEGO!