[10-M] AS JOVENS MANTENDO VIVA A LUITA

Março 8, 2020 | Em destaque

Comunicado 10M

Mais um ano chegamos à comemoraçom dum novo 10 de março. 48 anos desde que os operários Amador e Daniel caíram assassinados pola polícia na greve de 1972 em Ferrol. Esta data, graças ao trabalho militante de milheiros e milheiros de comunistas galegas de diferentes expressons orgánicas, logrou ir-se introduzindo no calendário do movimento operário galego como umha data referencial de reivindicaçom e luita.

Porém, esse movimento acha-se a dia de hoje enfraquecido num dos momentos em que os ataques do capital som constantes contra as trabalhadoras deste País. A nossa classe acha-se totalmente absorbida por um sistema que apresenta contradiçons cada vez mais fortes mas, no entanto, fica sem umha resposta certera e contundente por parte do movimento operário galego. Um movimento que, mália ter umha referência sindical relativamente forte, fica a dia de hoje sem umha direçom política clara e sem estratégia focada a conquistar o grau de poder que permita umha mudança das relaçons de produçom e melhore assim as condiçons materiais de vida de quem produz a mercadoria que gera lucros para quem condena as classes populares a umha situaçom de contínua incerteza e inestabilidade.

A juventude trabalhadora é um dos setores populares que mais ameaçados se acham perante esta conjuntura: Uns salários baixos inferiores ao SMI estatal em muitos casos, trabalhos precários e temporais, umha taxa de desemprego que situa 30% das jovens nesta situaçom… Por outro lado, apresenta-se um encarecimento do preço do aluguer cujo custo médio na Galiza subiu 7% ao longo do passado ano. Porém, nas zonas de maior impato turístico esse incremento é mais grande ainda, chegando até pontos de entre 17 e 20%.

Mentres isto acontece e a burguesia tira mais lucros do nosso trabalho, as conseqüências para as jovens som a emigraçom (por volta de 50.000 jovens virom-se numha situaçom de serem expulsadas da Galiza para poder buscar melhores saídas) ou a resignaçom de viver com as precárias condiçons que o sistema oferta à juventude trabalhadora.

E como enfrentarmos essa situaçom as jovens comunistas galegas? Sem dúvida nom é tarefa fácil. As políticas das instituiçons galegas, estatais e europeas cumprem o seu papel como garantes da dominaçom de classe da minoria sobre a maioria, o qual sumado ao o rol de dependência a que nos condena o estado espanhol fai impossível rachar com essa situaçom sem umha forte organizaçom e sem umha estratégia clara que dirija a classe operária à consecuçom de vitórias que permitam abrir caminho para mudar de base a situaçom que nos condena à miséria.

É preciso sabermo-nos jovens pertencentes a umha classe forçosamente explorada, submetida aos ditames e necessidades da minoria dominante, com a obriga de pôr a nossa força de trabalho ao serviço do processo de acumulaçom de capital. Umha classe que mantém umha também longa batalha contra a burguesia. É preciso sermos conscientes de que enfrentamos um país abandonado por Europa e por Espanha e que só é utilizado em funçom da conveniência de espoliar na Galiza umhas riquezas que acumulam valor além das nossas fronteiras, sumindo o futuro do nosso país e da juventude na absoluta incerteza.

Perante isto, precisamos manter viva a luita que nessas greves do 72 desenvolvêrom milheiros de trabalhadoras. Mantermos viva a luita pola que caírom Amador e Daniel. Precisamos, entom, darmos passos que permitam avançar na autoorganizaçom nacional da juventude trabalhadora, na consciência, orgulho e solidariedade de classe, e na vontade de ir avante polos nossos interesses e pola recuperaçom das nossas vidas que se encontram exprimidas baixo umha precarizaçom brutal das condiçons de trabalho.

As jovens mantendo viva a luita.
Viva o 10 de Março. Viva a classe operária galega!

 

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